PRIDE: Intervenções baseadas em evidência personalizadas para perturbações da alimentação (POCI-01-0145-FEDER-028145 PTDC/PSI-ESP/28145/2017)
As perturbações alimentares (PA) são perturbações psicopatológicas graves que afetam principalmente, mas não exclusivamente, mulheres jovens [1,2]. A obesidade tornou-se um problema de saúde publica generalizado, afetando todos os grupos demográficos [3]. E, embora a obesidade não seja uma perturbação alimentar, muitas pessoas com excesso de peso ou obesidade sofrem de sintomas semelhantes aos encontrados nas perturbações alimentares, especialmente aqueles associados à alimentação compulsiva e à perda de controlo sobre a alimentação.
Apesar dos importantes desenvolvimentos no tratamento das perturbações alimentares e da obesidade, há ainda um número considerável de casos que não são convenientemente tratados. Embora a terapia cognitivo comportamental seja o tratamento de referência para bulimia nervosa [5-6], ainda existem desafios importantes e um número considerável de pacientes não tratados.
Além disto, o número de pacientes que tem acesso a tratamentos empiricamente suportados é limitado [7] e um número significativo desiste do tratamento antes de o completarem [8]. Estes aspetos sugerem que necessitamos de melhorar a eficácia a longo-termo dos nossos tratamento, melhorar a receptividade dos mesmos e ter um maior número de tratamentos eficazes prontos a ser disseminados. Para perturbações alimentares além da anorexia e bulimia nervosa como a Perturbação de Ingestão Alimentar Compulsiva [9] e a obesidade [10] o cenário é ainda mais desencorajador.
Uma possível estratégia para melhorar a eficácia dos tratamentos das PA é aumentar o nosso conhecimento acerca dos mecanismos psicopatológicos e individuais subjacentes que estão a provocar e a manter os sintomas da perturbação [11]. Exemplos destes mecanismos são: estados emocionais negativos [12], impulsividade [13] controlo cognitivo [14] e comportamentos alimentares perturbados [15]. Depois necessitamos de tratamentos que incluam estratégias para lidar diretamente com estes processos individuais. Por último, necessitamos de nos certificar que os melhores tratamentos possíveis se tornam disponíveis e de um modo economicamente eficiente.
Em resumo, os desafios da área das perturbações alimentares e obesidade são: 1) compreensão dos mecanismos subjacentes ao comportamento alimentar perturbado; 2) testar novas estratégias de tratamento que forem desenvolvidas para lidar com esses mecanismos; e, 3) disseminar os melhor tratamentos disponíveis.
O presente projeto tem como objetivo preencher estas lacunas identificando: 1) de que modo variáveis individuais como a impulsividade e dificuldades de regulação emocional têm impacto na capacidade de controlar a quantidade de alimentos ingeridos e a capacidade de corretamente identificar pistas de fome e saciedade; 2) o modo como os tratamentos eficazes atuais podem interagir com variáveis individuais e ter impacto nos resultados do tratamento; e 3) se estamos a fornecer o melhor tratamento possível àqueles de dele necessitam
Financiamento: Fundação para a Ciência e Tecnologia – €232.229,30
POCI-01-0145-FEDER-028145 PTDC/PSI-ESP/28145/2017